Como havia prometido

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008


No quarto, Marta está cabisbaixa, sentada no chão com o antebraço e as mãos abraçando a cabeça. Pedro está sentado na cama, também cabisbaixo e com os dedos entrelaçados e as mãos entre os joelhos.
Marta levanta a cabeça, respira fundo e abre a bolsa, tirando uma arma. Pedro se assusta levantando da cama, Marta também se levanta, aponta a arma para Pedro e, tremendo muito, atira. Mesmo a falta de precisão não foi capaz de desviar o curso da bala. O sangue de Pedro suja o sapato de Marta.
Uma semana antes, o casal sobe as escadas e entra no mesmo quarto. Marta tira a bolsa e põe na beira da cama, ao mesmo tempo em que também senta na beira. Pedro tira a carteira do bolso, a coloca sobre a TV e deita na cama olhando para Marta. Depois de estar acomodado pergunta:
- O que foi?
- Nada.
- Vem cá (fazendo um gesto com a mão).
Marta levanta da beira da cama e senta próximo a cabeça de Pedro, que pergunta:
- Ficou chateada?
- Um pouco. Impressionada, talvez.
- Porra, nada a ver o Ricardo fazer isso com a Cris. Fazer isso com a menina por causa de uma piranha...
- Ninguém esperava isso dele (Pedro balança a cabeça concordando com Marta). Ele parecia tão apaixonado, tão fiel.
- Acho que ele não gostava dela.
- Será?
- Se ele gostasse, não faria isso.
- Acho que não é bem assim. De repente ele foi fraco...
- Não, isso não existe!...
Depois de alguns segundos de silêncio, Marta pergunta:
- Tu me ama?
- Claro que eu amo!!!
- Tu nunca me traiu? Pode falar...
- Claro que não!!! (Pedro levanta com o dedo indicador o rosto de Marta, que olhava para o chão) Por quê? Tu não confia em mim?
- Confio, mas...Sei lá, eu tenho medo...eu acho que...sei lá...
- Não pensa besteira
- Não é besteira. Eu sei que isso pode acontecer...com todo mundo...principalmente depois disso tudo do Ricardo e da Cris...
-Tu já me traiu?
Marta sorri ternamente e nega com a cabeça
- Nunca.
- Nunca nem pensou em me trair?
- Eu não teria por que te trair. O nosso namoro ta perfeito!
- É. Eu to completamente satisfeito. Tu me faz muito feliz, me entende como ninguém, ri das minhas piadas sem graça - os dois riem. Eu te amo muito e também não teria por que te trair. Eu NUNCA vou te trair, ta bom?
- Se um dia agente tiver que ficar com outras pessoas, vamos terminar primeiro.
Os dois dão um sorriso de satisfação e concordam com a cabeça. Marta brinca:
- Se um dia tu me trair, eu te mato, ta bom?!
- Ta bom. Se eu fizer isso pode me matar.
Pedro ri, puxa Marta pelo braço e os dois se abraçam deitados na cama.
Pedro lembra que no dia seguinte será aniversário de um amigo do casal.
- E ai? Tu quer ir domingo pra casa do Sérgio?
- Vamos, não deve aparecer nada melhor pra fazer mesmo.
Os dois riem.
- Pê, eu não to me sentindo muito bem. Não queria demorar muito, tá?!
- Tá. Eu vou te lavar pra casa. Te amo muito, viu?!
Dia seguinte, um domingo de junho. Pedro chega e encontra dois amigos, sentados perto da piscina da casa de Sérgio. Cumprimenta os dois. Um dos amigos sente a falta de Marta.
- A Marta não vem?
- Não. Ela ta meio gripada.
- O Celo vem pra cá também...
- Cara, tem um tempão que eu não vejo esse doido.
Cerca de meia hora depois Celo chega com duas amigas.
- E ai, pessoal!!!!!
- Olha! Não é que ele veio mesmo! Diz Pedro, cumprimentando o amigo.
- Olha, essa aqui é a Sil e essa é a paulinha.
- Oi.
- Oi.
- Prazer.
Pedro e Sil sorriem um para o outro. Sil senta-se ao lado de Pedro, que tenta ser “receptivo”.
- E ai? Tudo bem?!
Sil sorri. Pedro retribui o sorriso.

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